Luan on
Entrei no quarto pra ver minha irmã e ela ainda dormia, tinha
as mãos sobre a barriga e em uma delas eu vi que tinha uma agulha por onde ela
recebia um soro na veia.
Kim e meus pais ficaram perto dela apenas a olhando e eu me
aproximei de sua cama, pegando em sua mão, o que a fez acordar e soltar um
berro agudo.
- NÃO TOCA EM MIM, TÁ ME MACHUCANDO, MEU FILHO, LUCAS,
SAAAAAAAAAAAAAAI, EU NÃO QUERO, ROBER, NÃO DEIXA, MEU FILHO.
- Bruna, sou eu, Luan, seu irmão, fica calma, digo a
abraçando forte enquanto ela se debate, tive medo de machuca-la, por conta da
agulha em seu braço, então a segurei mais firme, o que só a fez se
assustar ainda mais.
- NÃO ME MACHUCA, PELO AMOR DE DEUS, NÃO ME MACHUCA, ME
SOLTA, EU NÃO QUERO ISSO LUCAS, EU QUERO QUE VOCE ME SOLTE...
Olhei pra minha mãe e ela também chorava assustada pelo
estado de Bruna, nunca tinha visto minha irmã assim e também caí no choro
tentando a todo custo não solta-la de meu abraço, eu só queria protege-la.
Bruna se debatia, chorava e tremia muito, e, pelo que Rober
me disse, ela não podia ficar nervosa, eu não queria fazer aquilo, mas eu
precisava chamar um médico, então, a soltei e sai correndo pelo corredor a
procura de um.
Vi um médico de idade conversando com uma enfermeira no
corredor e corri até ele pedindo ajuda.
- cara, me ajuda,
minha irmã tá em crise de pânico e ela tá grávida, tá no quarto tremendo e
chorando, socorre ela pelo amor de Deus.
- Primeiro se acalme senhor Luan, ou não vou conseguir te
ajudar, eu não posso atender ela, meu plantão acabou, mas posso te indicar
outro médico, disse com tanta calma que minha vontade foi soca-lo, sabe me
dizer o motivo de ela estar apavorada?
- Ela foi vitima de estupro, não faz pergunta, socorre a
minha irmã porra, ela tá com gravidez de risco, dá pra fazer seu trabalho logo,
falei enfurecido e Rober chegou ao meu lado o fazendo entender o quão grave era
a situação.
- Dr, a Bruna tá grávida, teve um principio de aborto hoje
cedo e não pode se exaltar, o filho eu ela espera foi gerado de um abuso, por
isso o pânico, ela não pode perder essa criança e se isso acontecer por que
você está demorando, eu juro que mato você, disse também muito nervoso.
Vi um outro médico
bastante jovem passar pelo corredor e o maldito que não queria atender Bruna,
passou o caso pra ele, que ao contrario do outro médico, não fez perguntas e
rapidamente foi comigo até o quarto onde minha irmã já não gritava, mais ainda
tremia e chorava muito.
- Srta Bruna, o que está sentindo?
- Não me toca, sai daqui, disse já quase sem voz, não toque em
mim.
- Se acalme senhora Bruna, eu não vou machucar você, o que
sente?
- Luan, me ajuda, não deixa ele me machucar, meu bebe Luan,
vai machucar meu bebe, vai me estuprar, não deixa Luan, o Lucas, me ajuda, não
deixa...
Meus pais e Kim observavam tudo, chorando desesperadamente,
aquilo não seria bom, então o médico pediu pra que se retirassem deixando
apenas eu e Rober no quarto.
- meu filho, eu tenho que cuidar do meu filho, ninguém vai
machucar meu bebê, eu não vou deixar, não, você não vai deixar não é Rober? Não deixa, por favor.
- ela está em um surto psicológico, não tenho outra
alternativa a não ser aplicar nela um calmante, o seu estado nervoso pode ser prejudicial
a gravidez, eu vou buscar a medicação, não a deixem sozinha, disse saindo do
quarto.
- ele vai me machucar Pi, desculpa, eu não grito mais, eu
juro, não deixa ele me machucar, não deixa machucar meu filho, por favor, ela
disse se abraçando a mim em um choro doído que me cortava o coração, Rober, não
deixa machucar meu bebê, vocês prometeram, não deixa lelinho, por favor...
- Ninguém vai machucar você Buba, só vão aplicar um
remedinho pra você descançar...
- eu não quero, por favor, eu não quero, começou a se
debater novamente e então o médico voltou a sala segurando uma seringa com uma
agulha um tanto quanto grande, tadinha da minha irmã, não merecia passar por
aquilo tudo.
- ela está inquieta, preciso que um dos dois a segure pra
que eu possa aplicar a medicação.
- eu faço isso, disse Roberval abraçando Bruna e colocando
sua cabeça em seu peito, e eu segurei seu braço pra que não se mexesse enquanto
ela aplicava e a vi dar um gemido de dor e em poucos minutos adormecer em meus
braços.
Assim que ela dormiu, o médico me chamou em sua sala e Rober
continuou no quarto com Bruna, enquanto segurava em sua mão.
- Bom, ela só deve acordar na parte da noite, o que sua irmã
teve foi um surto psicológico, você sabe me dizer se hoje ela se assustou ou
viveu algo que a remetesse ao estupro que ela sofreu? Ou se ela passou por algo
traumático hoje?
- Bom Dr, ela teve
uma discursão bastante séria com minha ex funcionaria, que lembrou minha irmã
do que tinha acontecido e também ameaçou tentar dar um tapa nela, mas não fez
isso, pra que ela não se estressasse, o Rober saiu com ela, mas ela passou mal
e teve sangramento...
-Bom, o caso de sua irmã é o seguinte, o que ela passou foi algo muito forte e isso
gerou nela traumas, que agora ela tem começado a demonstrar, como fobia e
terror noturno, se não houvesse a gravidez, eu poderia estar passando a ela uma
medicação pra acalma-la, mas, como ela está gravida, isso não é possível.
Pelo que eu analisei o relatório que o médico que a atendeu
mais cedo me passou, a Bruna tem placenta baixa, o que faz com que a gravidez
dela seja um pouquinho complicada, pois, até o sexto mês, é necessário bastante
atenção, pois, ela não deve carregar peso e nem se estressar, mas, como eu
expliquei, pode ser que ela volte a ter crises de pânico como a de hoje, e isso
tem que ser evitado ao máximo.
- E o que a gente tem que fazer, eu trabalho viajando, creio
que saiba disso, não estou com ela o tempo todo...
- Sim, então deve alertar a quem está com ela a deixa-la
fazer o que ela tiver vontade, contanto que não seja prejudicial a ela e o
bebe, e que evite qualquer coisa que a remeta a cena do estupro.
Pelo que pude observar, ela já é muito apegada a essa
criança, o que é muito bom, pois posso te garantir que ela não irá desenvolver
o que chamamos de depressão pós parto, por hora, ela só precisa de tempo pra assimilar todo o ocorrido e apoio,
quando acordar, ela estará calma e se lembrrá do que aconteceu, mas, posso te
garantir que o que aconteceu hoje, foi apenas pelo fato de ela se sentir
ameaçada por sua funcionária, o que a fez, em um surto psicológico, transferir
a qualquer pessoa o medo que ela sentiu, ou seja, ela só ficará assim caso se
sinta ameaçada, o que devem fazer é cuidar para que isso não volte a acontecer.
- Tudo bem Dr, pode deixar...
- Como eu disse, ela só vai acordar na parte da noite, e
pela manhã, se tudo correr bem eu mesmo a darei alta, hoje, uma mulher poderá
acompanha-la durante a noite, e eu passarei no quarto pra avaliar como ela
está, agora eu tenho outros pacientes, mas o que precisar é só chamar, e, também,
sugiro que ela começe logo com o pré natal, pois, um obstetra saberá passar a
ela todas as vitaminas necessárias e fará o acompanhamento da criança até o
nascimento.
- Tudo bem, mas, o sr não me sugere levar ela a um psicólogo?
- Veja bem, o caso da sua irmã, eu não posso sugerir isso,
pois, a relação psicólogo paciente, tem de haver confiança, e, sua irmã por
hora, poderá como eu disse, ter medo de ser machucada por quem ela não conhece,
o que vocês podem e devem fazer é permitir que ela se abra, que converse sobre
o que quiser com vocês quando e se ela se sentir a vontade pra isso.
- Ela voltaria a estudar, na verdade, ela começaria a faculdade na segunda feira, ela
ainda pode seguir com os estudos por enquanto ou é arriscado?
- Depende da vontade dela, não pressione, se ela quiser
mesmo estudar, será ótimo pra ela, é uma descontração, mas, se ela não se sentir
a vontade, não deve forçar.
- Tudo bem...
Depois de conversar com o médico e esclarecer todas as
minhas duvidas, voltei ao quarto de minha irmã onde todos estavam e falei com
eles tudo o que o médico me disse.
Rober veio conversar comigo e disse estar totalmente
disposto a ajudar no que pudesse e me contou também que propôs a Bruna ajuda-la
a criar seu filho e assumi-lo como filho se ela aceitasse, o que realmente me
pegou de surpresa não esperava que ele estivesse a amando tanto assim.
Já era quase oito da noite quando Bruna acordou, e, como o
médico disse, ela se lembrou de tudo o que aconteceu, inclusive de ter ficado muito nervosa e chorado
bastante mais cedo, e se sentiu envergonhada, pedindo desculpas pelo ocorrido.
Passamos a ela todo o apoio que conseguimos e dizemos que
ela não tinha que se envergonhar, agora, o foco era aquele serzinho tão amado
que estava por vir, e que já a fazia tão feliz.
Pela noite, nos despedimos, pois apenas
minha mãe poderia ficar como
acompanhante e Bruna pegou meus pais de surpresa, pois, ao se despedir do
Roberval, ela a puxou para um beijo na boca, agradecendo e dizendo que depois
eles tinham muito o que conversar.
Sai do hospital com o coração apertado por ter que deixar
minha irmã lá, mas eu sabia que ela ficaria bem.
Fui para o apartamento de
Kim e contei a ela que o médico disse que a faculdade faria bem a Bruna,
mas, vi que Kim baixou a cabeça quando toquei no assunto delas voltarem a
estudar.
- Que foi meu bem? Não tá animada pra voltar a estudar
depois de mais de um ano parada?
- estou Lu, claro que estou...
- Então por que dessa
cara? Eu não tô entendendo...
- Por que pra ser sincera, ao esmo tempo que estou amando,
eu tenho medo lu, muito medo, confessou caindo no choro sem me explicar o que
tanto a deixava amedrontada.
“ Na tentativa falha de concertar um erro, eu errei com quem
mais eu amei e quem mais me amou, talvez por não estar acostumado a ser tão
amado e tão livre ao mesmo tempo, eu tenha me deixado me encantar mais pela
liberdade que pro amor, e agora, me arrependo do que fiz, mas, juro que vou
fazer de tudo pra recuperar o que perdi, e dar o amor que eu não pude dar...”
Capitulo enooooooooooorme e com direito a suspense, e ai,
bora tentar adivinhar o que tem por vir? Vem mudanças por aí, e talvez não
sejam tão boas assim...
Oi amei esses capítulos.
ResponderExcluirTô toda emocionada com tudo que está acontecendo com a Bruna.
Tadinha dela.
Ainda bem que ela não perdeu o bebê.
Imagino como deve estar a cabeça do Luan com tantos problemas e o duro que ele não para em casa para conseguir resolver todos os problemas.
Beijos cá
A Bruna coitada tá sofrendo muito.
ResponderExcluirNem sei como vai ser a volta para casa.
Não sei como vai ser sem ter um médico ou uma infermeira em casa para socorrer na hora da crise.
Beijos cá
Essa faculdade pode até ser boa para a Bruna mas só quero ver quando os amigos homens da faculdade querem conversar com a Bruna qual vai ser sua reação.
ResponderExcluirSerá que vale apena tentar fazer faculdade eu não sei o que é melhor.
Para a Kim vai ser ótimo ela voltar a estudar apesar do medo dela.
Beijos cá